a professora e a aluna

Tenho uma amiga que adoro, mas que às vezes é uma chata. É mãe como eu.
O problema é que está constantemente a dar bitaites, a dar exemplos. Está sempre a corrigir a minha cria, a perguntar-me como faço ou como fiz. 
Nunca me passei, nunca lhe disse nada, mas não sou santa. Tenho vindo a engolir sapos porque não quero abalar nada entre nós. Adoro-a e não a quero fora da minha vida. Por isso vou ouvindo e revirando os olhos. Mas chateia-me esta sensação de ela ser minha professora. De estar constantemente a exemplificar, a ensinar.
Sinto que estou constantemente a ser avaliada. 
Como nunca digo nada, tenho medo de um dia me passar e dizer tudo. E de nos chatearmos à séria.
De lhe dizer que não sou nem quero ser perfeita. Que sou eu que amo e educo o meu filho, ao meu ritmo. E muitas outras coisas.
Preciso de um cérebro de homem, para descomplicar e passar à frente. 
Às vezes farto-me de ser gaja e levar com gajas.

8 comentários:

  1. batata mãe, os homens nesse aspecto são mais do género: cada um faz à sua maneira e ninguém se mete! para não explodires ou não te fartares, faz como os vulcões controlados, vais expelindo a lava devagarinho, volta e meia diz-lhe isso, que não és perfeita nem queres ser... a vida era tão mais fácil e as relações humanas simplesmente se as pessoas fossem honestas! Nem toda a gente tem de gostar do amarelo, certo?

    ResponderEliminar
  2. Isso é uma chatice! Talvez deixar claro com voz suave que tu não fazes assim e que corre tudo bem, que cada pessoa faz diferente e não tem mal, sei lá.
    O facto é que se alguém me chateasse assim tanto eu acabava por me afastar e evitar falar com ela, o que é pior...

    ResponderEliminar
  3. A amiga em questão está ligada à area do ensino e fundamenta todos os bitaites com o que aprendeu no curso e com a práctica (também tem 1 filho). O marido é igualmente chato.
    Eu não me quero afastar nem criar mau ambiente, justamente porque é mesmo minha amiga e eu gosto dela.

    ResponderEliminar
  4. Mas sim, reconheço que engolir é pior e a falar é que a malta se entende.
    Talvez numa próxima oportunidade.

    ResponderEliminar
  5. A mim aconteceu-me exactamente o mesmo. Ela é da minha área e dava tantos bitaites, criticava explicita ou implicitamente, chamou inclusivamente o meu mais velho de índio. Até que eu rebentei, disse-lhe tudo e afastámo-nos. Foi o melhor que aconteceu. depois ela cresceu, crescemos as duas e passado 1 ano e meio está completamente diferente e agora até estranho:)

    Eu falei, não correu 100% bem na altura mas correu muito bem a longo prazo.

    ResponderEliminar
  6. O que eu não compreendo é porque é que as outras mães criticam.
    Quando eu era uma pessoa solteira sem filhos fazia muitas críticas parvas.
    Agora que eu já sei o que a casa gasta, fico mas é caladinha. Cada um educa como quer/pode. Não há fórmulas únicas. Somos nós a educar os filhos dos outros? Não. Então para quê interferir? O que nos dá o direito de dizer o que quer que seja?
    Eu não quero rebentar porque estou a falar da minha melhor amiga e é mau ficar sem uma melhor amiga.

    ResponderEliminar
  7. Não rebentes que não vale a pena. Mas acho que podes dizer sem rebentar. Ou fazes-te de (re)sentida, que é como estás, ou fazes-te um bocadinho de tola, que é como eu tenho de me fazer muitas vezes e geralmente resulta.
    Eu confesso que nunca critiquei. Provavelmente porque fui mãe nova, primeiro do que todas as minhas amigas.
    E confesso que agora também não critico quando elas vêm para cima de mim, com toda a sabedoria do mundo, quando eu já ando nisto há muito tempo. Não critico mas confesso que por vezes tenho vontade.

    ResponderEliminar