Esta história anda uma telenovela. Telenovela não, um filme de terror.
Batata-frita-pequena anda com pânico de dormir na sua cama, no seu quarto.
Depois de rebobinar, percebi que este medo provavelmente estará relacionado com um filme que viu há dias: os "Monstros & Companhia". Tipo, monstros que durante a noite vão ao quarto dos meninos pregar sustos, hello?! Sim, feliz ideia a minha de lhe comprar este filme. Achei eu que ele ía adorar. Pois. Not. Quase de certeza que foi a causa disto tudo, porque a saga começou na noite a seguir a ver o filme.
Continuando, tem um medo enorme de dormir sozinho. Acha que o lobo mau está no quarto. Já falei com ele 58463 vezes sobre o assunto. Que o lobo mau não entra no quarto. Que ele tem de dormir na cama dele. Que a cama dele é mesmo gira e quem me dera ter uma assim. Que o Mickey, o Uki e os Nenunos dormem com ele e protegem-no. Eu já tentei tudo.
A técnica tem sido ficar (eu ou o pai) no quarto dele até ele adormecer. Mas acorda inevitavelmente a meio da noite a chorar, aos gritos e soluços e pira-se a uma velocidade doida do quarto dele, cheio de medo e aos tremeliques.
Eu abraço-o. Falo baixinho. Que está tudo bem. Ponho-me de rabo para o ar a espreitar debaixo da cama e a dizer-lhe estás a ver, não está aqui nada, mas o gajo nada, não quero dormir aqui sozinho, fica comigo, fica.
Então eu fico sentada numa cadeira tipo guarda prisional, enquanto ele adormece. Isto pode demorar uma eternidade. Quando finalmente já dorme, piro-me do quarto com pézinhos de lã, mas chego à porta do meu quarto e oiço MÃÃÃEEE!!!!!!! e começa o choro outra vez.
Então, cansada de andar aqui feita zombie há já 2 noites e contra todas as minhas crenças, levo-o para a minha cama. A meio da noite chama por mim, como a certificar-se que estou na cama com ele (mesmo estando a 2 cm) ao que eu respondo CHIIIIUUUU!!!
Hoje cheguei a casa e, num rasgo de fé decidi que esta noite vai haver um tratamento de choque. Na minha cama não vai entrar ninguém, a não ser eu e o meu homem, obviamente.
Se for preciso dormitamos na cadeira, no quarto dele, fazemos turnos, eu sei lá. Até ele entrar nos eixos outra vez.
Que eu já ando a ficar maluca e a mostrar os dentes a quem me diz bom dia e isso não é nada bom.