ter dois filhos tão diferentes

Ela é "cheguei e vim para ficar".
Circula pela casa e entretém-se por breves minutos sozinha ou a melgar o irmão.
No parque, alucina com o escorrega e com o baloiço. Tenta trepar sozinha pelo escorrega acima. Se por acaso alguém lhe passa à frente ou a chateia, ela empurra.
Se ouve música, começa logo a abanar-se e vai puxar o irmão para dançar com ela. É uma festeira. Não percebo a quem é que sai. Juro.
Se um adulto lhe dá uma ordem, ela refila.
É uma alucinada, sedutora, doida varrida.

Ele é "cheguei, mas façam de conta que não estou aqui".
No primeiro ano e meio de vida não me largou a saia. Era impossível cozinhar ou mexer-me. Tinha-o sempre agarrado às minhas pernas e chorava se eu virava costas.
No parque, até se aventurar no escorrega foi uma sorte. Se por acaso alguém lhe passava à frente ou o pisava, amuava e olhava para mim em desespero.
Observa, calmo e ponderado, a agitação. Não gosta de dançar, nunca gostou e fica atrapalhado.
Se um adulto lhe dá uma ordem, ele cumpre na maior parte das vezes.
É sensível, meigo, responsável.

2 comentários:

  1. Que engraçado. Tenho duas filhas e a descrição da tua menina, enquadra-se na da minha mais velha. A do teu menino, enquadra-se na mais nova. Porém, a mais nova, com a idade, está a "refinar" a ficar um pouco menos calma e doce. :)

    ResponderEliminar
  2. Tal e qual os meus. Ele peixes, ela touro. Ele água, ela terra. Ele o tranquilo músico, ela bailarina de músicas pimba....
    Um beijinho.

    ResponderEliminar