ele

Há uns tempos perguntava eu onde tinha ido o meu rico filho. O que eu tinha em casa era o Demo. Birras, uma luta constante para fazer o que queríamos, medição de forças, eu sei lá.
Mas, parece que o Demo foi baixar noutra casa e tenho o meu fôfo outra vez para mim.
A adaptação à irmã não foi fácil. Sempre se derreteu com ela, mas nós é que pagámos a conta. Agora que já nos habituámos uns aos outros enquanto núcleo de quatro, parece tudo menos complicado. Ele voltou a ser o meu menino de mel. Claro que tem achaques de vez em quando, mas noto que as birras diminuíram em quantidade e qualidade.
Desenvolvi um ciúme por causa da relação dele com o pai. São gajos e entendem-se naturalmente, mas é uma cumplicidade crescente e esta aqui fica a assistir de fora.
Está alto, tem pés grandes, está moreno da praia e os olhos verdes brilham mais no Verão.
Noto que perdeu os medos de bebé. Atira-se para a piscina em grandes mergulhos, está constantemente com nódoas negras e feridas nos joelhos e pernas, anda um radical numa série de coisas.
Brinca com os primos e amigos e já não vem ter tantas vezes comigo a choramingar.
Está crescido, independente.
Quando me vê com os azeites, vem ter comigo e dá-me um beijinho na mão.
É uma gralha autêntica, não se cala. Mas mais connosco, porque com outras pessoas, num primeiro contacto, continua tímido.
Percebe tudo o que dizemos, mesmo quando é em código, por isso resta-nos comunicar em inglês.
Quando começar a perceber-nos o inglês, resta-nos aprender, sei lá, mandarim.

5 comentários:

  1. Como todos sabemos, é tudo, sempre uma questão de tempo, até todos nos habituarmos quando algo de novo entra nas nossas vidas. :)

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  2. ah ah ah! :D
    É tão boa essa fase... apesar do aperto no coração por já estarem a ficar uns crescidos e já não serem os nossos bébés.
    :)

    Assinado: vódrasta galinha

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