creche

E é isto: batata-frita-pequena vai para a creche. Resisti o mais que pude, mas tudo se proporcionou para que acontecesse agora. Não andámos a ver 500 creches, vimos só uma que nos agradou em tudo. Não pensámos nisto com antecedência, calhou há uma semana atrás irmos visitar a creche por curiosidade, disseram-nos que havia 2 vagas e pensámos porque não já este ano?.
Digamos que foi uma decisão rapidamente ponderada. Tudo nesta família se faz inesperadamente, caneco.
Aos 19 meses, batata-frita-pequena começa a creche.

os brancos

Hoje olhei-me ao espelho e pensei caraças, tanto cabelo branco.
É verdade, eu, que sempre tive cara de miúda, agora tenho DEZENAS de cabelos brancos. Muitos começaram a nascer durante a gravidez e muitos outros têm aparecido mais recentemente à conta da minha nova profissão. É muito bonito termos o nosso próprio projecto, mas os cabelos brancos que se ganham, senhores...
Hoje devo ter ganho mais uns 10, tal foi o stress. Fora as pernas que me doem das corridas que dei. Estas corridas não foram de prazer, foram mesmo no trabalho.
Vou ali inspirar e expirar. E pintar o cabelo.

trabalho é trabalho

Escondendo-me cobardemente atrás do meu pseudónimo, tenho de partilhar a parte mais insólita da minha profissão. Os nomes marados que me passam pelas mãos.

Quitéria Rato
Liana Sintra
Adérito Fialho
Albertino Agostinho
Amadeu Cação
Virgínia Brunheta
Abraao Rego
Nolasco Ramalheiro
Pinheiro Grilo
Cosme Damião

De onde estes vieram há muitos mais.
Aviso já que se me descobrirem a careca apago tudo.

é pra correr, é pra correr!

Hoje apetecia-me acampar no sofá, com o bolo de chocolate que a minha querida amiga A. trouxe ontem para a sobremesa. Mas como não corria desde 2ª feira pensei ai vais vais.
E fui e que bem que soube com a minha banda sonora, o ventinho do final do dia e o mar a acompanhar a corrida. Aaaaaah ca maravilha.
Mas o bolo de chocolate não escapou. Dei cabo dele há minutos.

a minha playlist para correr

- I don´t feel like dancing, Scissor Sisters

- Suddenly I see, KT Tunstall

- Bette Davis Eyes, Gwyneth Paltrow

- The perpetual self, Sufjan Stevens

- Jump, Madonna

- Might tell you tonight, Scissor Sisters

- Love foolosophy, Jamiroquai

- Virtual insanity, Jamiroquai

- Scar tissue, Red Hot Chili Peppers


- Walk this way, Run DMC & Aerosmith

- Read my mind, The Killers

- The great beyond, REM

- Teardrop, Massive Attack

brincar

Batata-frita-pequena tem amigo para a vida. É um nenuco que lhe dei há meses e que ultimamente é alvo de beijinhos, abraços e passeios. Vai para todo o lado. Hoje até quis adormecer com ele.
Comprei um mini carrinho para o nenuco e é o delírio.
Claro que já ouvi as previsíveis pérolas isso é muito gay/o teu filho vai ficar maricas/isso é de meninas.
Para além de querer enfiar essas pérolas todas pela traqueia abaixo de quem as diz, pergunto: mas há coisas de meninos e de meninas? Porque é que os meninos não podem brincar com bonecas e as meninas com o homem-aranha?
Estou com a Angelina e o Brad.

ai pegasus

Uma pessoa (tipo, eu) quer ser saudável e dinâmica e aumentar a qualidade de vida e do corpinho e depois fica com uma unha negra.
Pois é, os meus pegasus deixam-me a unha do pé negra e a doer. Porque é que isto me acontece? Se o raio dos ténis são bons e caros, porque é que isto me acontece?
Àparte da unha a doer, hoje soube mesmo bem, correr ao final do dia junto ao mar. Acho que tão cedo não volto à passadeira. Definitivamente, correr na rua é que é.

tirem-me deste filme. Tipo, já.

Hoje fomos a uma loja de brinquedos em busca de algo para a batata-frita-pequena. Lá trouxemos uns legos.
E a criança mais velha cá de casa acabou por realizar um "sonho antigo". Comprou um carro telecomandado.
De modo que volta e meia oiço o raio do mustang amarelo a percorrer-me a casa e a galgar-me os pés. Que agradável.
O que lhe disse há minutos: não vais para a cama sem arrumar os brinquedos.
:S

e ele não mais se calará

mãeeeeeeeee mãeeeeeeeeeeeee!!!!!!! (esta não precisa de tradução)
até iá!! até já
oiá! oiá! olá olá
banhanha! banana
mai maiiiiii!!!! mais mais
tenta! senta

Ai a alegria de ver um miúdo a falar...

yes we can

Hoje a passadeira passou-se. Quer dizer, eu é que sou nabíssima e sem querer puxei a corda de emergência que pára a bicha a meio da corrida. Dei um pinote, mas consegui agarrar-me a tempo. Não caí.
Coloquei a corda no sítio e recomecei a correr.
Entretanto o colchão dos abdominais ganhou vida e saltou não sei como para a passadeira em andamento. Dei novo pinote e aguentei-me estoicamente a pensar que alguém me tinha rogado uma praga.
Terminei a corrida: 4 km, certa de que amanhã não me mexo.

19 meses

Minha rica batata-frita-pequena está linda e crescida, com 19 meses.
Como mãe de 1ª viagem estou a ver tudo pela 1ª vez e a vibrar com cada novidade, se bem que imagino que no 2º ou mesmo 3º filho se descubra muitas outras coisas novas.
Mas falando no que interessa, noto, aos 19 meses da batata-frita-pequena uma evolução para rapazinho. Esqueçam lá o bebé. Está a tornar-se num rapaz.
Começou a fazer uma espécie de rugido à leão quando está entusiasmado. Muito típico, penso eu, de rapazes.
Noto que agora corre muito mais rápido. Sim pessoas, uma mãe ou pai pensa que quando a cria começa a andar é que é. Mas e quando os gajinhos dão corda aos sapatos? Aí é largar tudo e correr atrás.
Quando acorda de manhã já não choraminga. Chama mãããããeeeee.
Trepa tudo com muita facilidade que quase me dá um fanico.
Imita (ou tenta imitar) tudo o que dizemos. Também quer fazer tudo igual a nós. Agora tem a mania de comer tudo igual a mim, por isso dividimos o pequeno almoço.
Está um bocadinho mais independente, por isso é cada vez mais frequente sentar-se por uns minutos no sofá a ver tv enquanto faço o jantar, ou desaparece em casa e fica em silêncio - isto normalmente dá em asneira, quando está calado é mau sinal.
É muito descarado e goza-me a mim e ao batata-frita-pai. E ainda ri à gargalhada no final.
Tem uma pequena mesa e cadeira novas onde faz desenhos com lápis de cera. Mas os desenhos já se estenderam às paredes, à toalha de mesa e às cadeiras (sofá, temo por ti).
Está a sair-me um dorminhoco nas sestas de 2 ou 3 horas.
O vocabulário já está muito mais extenso, provavelmente porque é um papagaio e imita algumas palavras que dizemos. Amo a imitação mais recente. Digo sempre let´s go! quando vamos a sair de casa e ultimamente tem-me respondido gec go!.
Anseio pelos próximos desenvolvimentos.

correr

Ai pessoas. Hoje corri (arrastei-me) 3 km e andei 1. Isto é muito duro para quem está enferrujado. Um conselho para quem começa a correr: não desanimem, não façam grandes intervalos que depois é muito tramado recomeçar e alcançar o ritmo antigo.
Claro que ajudou ter uns bonitos ténis novos com atacadores que ferem a vista (uma espécie de coral fluorescente). Creio que o truque também passa por levar o ipod com músicas pirosas para dar energia, coisa que não fiz, mas que conto fazer na próxima corrida.
No fim é sempre a mesma sensação: sinto-me parva por adiar a corrida porque sabe-me tão bem, mas tão bem no fim. Apesar de hoje ter visto tudo branco e andar aos esses quando desacelerei. Mas passados uns minutos fiquei com aquela sensação de missão cumprida e pessoa muito atlética. E a preguiça transforma-se em fé. Fé que vou fazer disto um hábito e não voltar a inventar desculpas.

a viagem II

Família batata-frita foi viajar.
Adoro viajar a dois, mas verdade seja dita, também adoro viajar a três, com batata-frita-pequena a tiracolo. É cansativo, pois é. Mas tem muita coisa boa.
Batata-frita-pequena é só rir. Aprendeu a gozar-nos, a imitar-nos e algumas palavras novas. Pois que se nos espreguiçamos, imita. Se rimos, imita. Se nos agachamos para prender o atacador, imita. Se nos penteamos, imita. Está o verdadeiro macaquito e papagaio louro.
Por sorte deixou-nos dormir muito. Era acordar à queima, perto das 10h para atacarmos pequeno-almoço do hotel. E que refinado está. Ao pequeno almoço cereais fibre 1, uvas e requeijão. Por vezes pergunto-me se lhe consegui passar a pancada saudável que tenho. Oxalá, oxalá.
Mas claro que nem tudo foram rosas. As birras dão cada vez mais o ar de sua graça. Aprendeu a atirar-se para o chão e a gritar (medo medo) e no avião foi a loucura. Sentado uma ova, não parava quieto e pirava-se pelo corredor a fora cada vez que tirávamos o olho. Vimos, diga-se, altamente incrédulos, muita criançada quietinha no seu lugar. Atarax? Xanax? Não sei o que se passou, mas éramos os únicos a correr atrás da cria.
Percebi também que cansaço dá lugar a mais excitação em batata-frita-pequena. Um cocktail de loucura. Muita loucura.
Foi a 2ª viagem em família. Extenuante, cansativa, maravilhosa, divertida. A repetir.
Famílias por esse mundo fora: descompliquem e viagem muito. Aproveitem. Mesmo quando a cria é pequena.

os ouvidos e a maternidade

Os tampões para os ouvidos são para mim como Deus na terra. Foi o batata-frita-pai que mos apresentou um dia, depois de várias noites a agoirar o caro vizinho que gosta de ver tv como quem gosta de ouvir ópera.
E descobri os tampões amarelinhos ou os laranjas que também são bem jeitosos. São do melhor para quem tem vizinhos como o meu, para quem vive num sítio barulhento ou para quem quer ser transportado para um mundo de silêncio total.
Tudo muito bonito, portanto. Mas quando fiquei grávida, pensei ai que com os tampões não vou conseguir ouvir a criança. Qual quê. Desenvolvi o ouvido materno, aquele belo fenómeno de distinguirmos o som do nosso bebé a chorar a kilómetros de distância. Pois é. O vizinho fica em off, mas consigo ouvir a batata-frita-pequena ao primeiro choro. Mesmo estando do outro lado da casa e com tampões. A maternidade é uma coisa espetacular. Nunca mais nos deixa dormir em paz :S

correr

Sempre resisti a apelidar-me de preguiçosa. Gosto de actividade, de movimento. Detesto pegar no carro para tudo, estacionar à porta, ir de carro até à mercearia da esquina, coiso e tal e coiso.
Mas o ginásio ou qualquer actividade física para mim, depois de passado o entusiasmo inicial, caem na desgraça e no abandono.
Não há nada a fazer, não há actividade física que sobreviva. Já tentei tudo o que é original e não funcionou. Os primeiros 2 meses são pura adrenalina e dedicação. A partir daí é sempre a cair. Dói-me a perna, o olho, a unha, a cabeça, nunca me dá jeito. Recuso a inércia, mas o facto é que chateio-me com facilidade com qualquer prática desportiva.
A única actividade à qual ainda vou piscando o olho é a corrida. Mas mesmo assim quase que é preciso chicotear-me a mim própria para me pôr em cima da passadeira. Pois, tenho uma passadeira que ao longo dos anos tem servido para corridas ocasionais, mas principalmente para pendurar a roupa e estragar a decoração do quarto.
Decidi que, sendo a corrida a única coisa a seduzir-me minimamente, vou esquecer ginásios que só me vão depenar a carteira e a dignidade e vou forçar-me a correr em cima da dita. Tem de ser. E para dar mais ênfase vou investir nuns ténis catitas, de preferência daqueles que praticamente correm por nós. Agora é pesquisar e pôr pés à obra.