o fenómeno da pressa

Há uma cena que eu nunca percebi, quando nasce um bebé.
Estou a falar do fogo no rabo que dá à maior parte das pessoas em conhecer o novo ser.
E tem de ser logo na maternidade, tau!
Aqui vai uma dica: por mais entusiasmados e felizes que estejam pela nova família, é dar espaço aí de pelo menos um mês aos novos pais. A sério. O bebé não vai a lado nenhum. Tem uma vida inteira para que o conheçam, vejam só!
E, quando estão numa de visitar em casa, aqui vão algumas sugestões:

- Levar algo para os pais comerem, tipo, uma refeição feita. Sim!
- Ajudar a passar a ferro. Ou a lavar a loiça.
- Demorar o mínimo possível.
- Não passar o tempo a dar bitaites.
- Não cravar lanchinhos ou almoços.
- Não aparecer sem avisar.
- Não aparecer no dia em que a mãe e o bebé chegam a casa.
- Enviar mensagens ou ligar, em vez de programar visitas.

Uma pessoa aprende à primeira, por isso desta vez serei delicadamente pela censura nas visitas e terei de pedir relax à malta apressada.

Domingo

Às vezes penso que devia obrigar a nossa cria a fazer a sesta ao fim-de-semana.
Quer dizer, eu já obriguei muitas vezes, mas era coisa que nunca surtia efeito. Ou punha-se a contar histórias sozinho, ou levava a malta amiga - Uki, Panda, Nenucos - para a cama para uma tertúlia, qualquer coisa para não dormir.
Até que desisti. Passámos a fazer a nossa vida ao fim-de-semana sem pensar em sestas.
Ontem andámos pela praia, com papagaios a aproveitar o vento e a pedalar na bicicleta (eu arrastei-me a pé, pois claro).
No caminho para casa, ele adormeceu. Apagou completamente. Não acordou quando o tirámos da cadeira auto. Nem reclamou quando lhe tirámos os sapatos e o casaco e o deitámos na cama dele.
Foi assim, vestido, cheio de areia para a cama. Sem fazer xixi ou jantar. Acordou por volta da meia-noite meio desnorteado, mas voltou a adormecer.
Dormiu das 19h às 8:30 (invejaaaaa).
Acordou fresco e perguntou quem é que o tinha tapado com o edredon.
Levei-o para a banheira e esfreguei-o.
A cama ficou cheia de areia. Assim de repente, acho que trouxe metade da praia com ele.
Gosto de ser adulta, mas caneco, não há nada como ser criança.

criar impacto é...

voltar ao café (e é raríssimo lá ir) onde fui há 1 ano atrás comprar um saco cheio de fizzs limão, o senhor olhar para mim e perguntar "quer um saco para levar os gelados?".

38w

Ai que canário.
Querem ver que a rapariga é mulher para se querer ficar até às 40 semanas? Ou mais??
Não estava à espera, confesso que pensei que ela seria ultrassónica. Que ía querer nascer rápido como o irmão. Mas não. Ainda está aqui comigo, numa partilha que é só nossa, é verdade, mas que me trucida as costelas.
Parece que os pés e mãos à Princesa Fiona foi coisa do calor e já passou.
Em compensação: tenho gemido à noite quando mudo de posição para dormir; mobilidade = zero; juro que às vezes ela quase que me fura a barriga com os calcanhares (provavelmente está a fazer pilates); e, para rematar, mais uma pequena infecção urinária. Toma lá.
Isto vai aqui uma grande animação.
Eu até gosto mais de Maio do que de Abril. Sim, e é mais giro que a rapariga nasça no mês das cerejas.
Mas tu ouve, mulher, não te prolongues muito mais que eu quero-te nos meus braços.

vais é passar a ir às compras sozinho

Comprei uma camisa gira nas horas para o meu pequeno homem, com riscas vermelhas.
Toda contente, mostrei-lhe e disse-lhe que ele ía usá-la naquele dia.
Resposta: "Mãe, eu não uso camisas vermelhas".

37w e um CTG

Havia apostas sobre chegar ou não chegar a este dia ainda em modo ovo kinder.
E cá cheguei gravidéééérrima.
Então lá fui ao CTG e à consulta.
No CTG, disseram-me para carregar no botãozinho de cada vez que sentisse a rapariga mexer. Foi um regabofe. Plim plim plim. Eu bem digo que ela é uma excitada, que me pontapeou meses e meses sem dó nem piedade, mas toda a gente acha que eu sou queixinhas.
No CTG do meu 1º filho, senti-o umas duas vezes e a enfermeira chegou a dar-me um caramelo a ver se o caramelo se mexia.
Com esta é sentar-me e ficar quieta. E rezar para não levar um pontapé nas costelas.
Na consulta, depois daquele belo acontecimento que dá pelo nome de "toque", ouvi pois que está com bom andamento. Dilatação em curso. Contracções idem. Cólicas.
Pronto, assim de repente acho que está tudo bem orientado.
Batata-frita-pai acordou para a vida e panicou um bocado quando percebeu que a coisa está iminente.
Eu cá já me rendi ao óbvio.
Entrou, tem de sair.

37w


E se às 35 semanas estava assim, às 37 estou em modo Princesa Fiona.
Mais propriamente com os pés dela. E os tornozelos. E as mãos.
Só não estão verdes.

ele foi correr

Acabo de obrigar batata-frita-pai a ir fazer jogging.
Ele não corre há meses. E não queria ir.
Será que volta inteiro? Será que volta? Dava jeito.
Medo.

tic tac tic tac

Já avisei a minha rapariga que este fim-de-semana não há ordem de soltura para ninguém e que é bom que não se arme em paraquedista.
Eu bem a sinto mega encaixada e ansiosa para conhecer o mundo. Mas tu ouve-me ó mulher, aguenta-te lá mais um bocado que este fim-de-semana tenho coisas para fazer.
Não fiando, está tudo muitíssimo a postos. Malas feitas, tudo pronto.
Quem ultimamente anda a dar o ar de sua graça é batata-frita-pequena.
Pois que já me tinham contado acerca de uma reacção muito comum em irmãos mais velhos, pouco antes do nascimento dos mais novos. Que de repente acontecem mega birras vindas não sei de onde.
Confirmo.
Depois das birras vem o "desculpa" e abraços, mas se for preciso 15 minutos depois vem mais uma onda de choro e gritaria.
Espetacular.
Algo me diz que o primeiro é o aquecimento. E que com o segundo é a vida real.
Vou ali inspirar e expirar. Olha, aproveito para treinar para o parto e soprar.

diálogos

Batata-frita-pequena fala fala fala fala...
Eu, com as orelhas a arder, digo: "Querido, desliga a ficha!!".
Ele, segundos depois: "Já desligueeeei!!".

36w

Não querendo estar já para aqui a armar-me em Maya, creio que está para breve o momento em que vamos conhecer a nossa rapariga.
Digamos que acho que já está à porta de casa, à espera da ordem de soltura.
Começaram as moínhas no fundo da barriga. Tal qual como na primeira gravidez. Cerca de 1 semana antes do nosso crianço nascer, senti isto. Depois vieram as dores de costas e as noites péssimas, em que já não conseguia pregar olho.
Para já ainda são só as moínhas, o resto dispenso.
Já estive com mais nérvus à flôr da pele, agora rendi-me ao facto do "entrou, tem de sair". Pois.
Seja como for, será muito bem recebida ♥.

Todos por um

Façamos algo pelo Rodrigo e por outros meninos que precisam da nossa ajuda.
O CEDACE estará presente no evento "Todos por um", pelo que quem ainda não se tornou dador de medula óssea poderá fazê-lo neste evento.

Quem está longe, poderá sempre aceder à página do Rodrigo e contribuir, como puder, claro está.

E quando o que tu mais querias começa a acontecer? Ah, espera aí. Isto tem prazo.


Já não temos o esquema da semana à vez há muito tempo, porque o nosso pequeno preguiçoso é rapazinho para se levantar, no mínimo, a partir das 9:00.
Recentemente rendi-me à evidência de que tenho de pôr o despertador para eu acordar e para dar seguimento a tudo o que é preciso fazer de manhã.
Hoje fiz três tentativas para o acordar.
Isto é incrivelmente fixe, pois. Quando tudo o que tu mais querias - ter um filho que dorme muito e bem e que te permite dormir também - acontece.
Mas depois, mais propriamente daqui a uma, duas ou três semanas voltará tudo à estaca zero, com a chegada da nossa rapariga.
Espetacular, não?

várias que tenho de registar

Eu, a roçar o furiosa, depois de já ter pedido três vezes: Apanha o que deixaste cair no chão se faz favor!
Ele: Está bem... Porque tu estás grávida, mãe!

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Eu, em conversa com batata-frita-pai: (...) porque os bebés precisam de rotina.
Batata-frita-pequena interrompe e diz: Os bebés precisam é de chuchas!

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Batata-frita-pai com os nérvus, a explicar à nossa cria que tem de travar a bicicleta nas descidas.
Batata-frita-pequena: Mas estás nervoso ou quê?

sopas e peixe garantidos

E quando estás sozinha em casa (com o teu filho de 3 anos a roncar na cama, por isso não conta...) na escuridão da noite e de repente, VAPUT, a luz vai-se?
Pões o rabinho entre as pernas - rezas para não encontrares uma personagem do além pelo caminho - levas o telemóvel contigo até ao quadro de eletricidade para teres alguma luz e ligas aquilo.
Mas... e se o quadro vem novamente abaixo?
Pensas que é uma conspiração qualquer de uma organização criminosa ou um sociopata que fugiu da Mentes Criminosas (de repente até pensas ouvir a música. MEDOOOOO). Que te querem roubar a casa e fazer refém ou outra coisa incrivelmente pior e lá vais tu cada vez mais acagaçada tentar ligar o quadro.
Olhas outra vez para o quadro, tentas ligá-lo mas o gajo nada. Morreu. Foi-se. Quinou. Já era.
Esqueces a cagufa da noite e a Mentes Criminosas e começas a proferir impropérios. As hormonas toldam-te a mente (já estás a dar safanões no quadro) e põem-te a língua afiada.
Ligas ao teu homem, perguntas se é para hoje ou para amanhã que chega a casa, dizes que a tua vida depende da electricidade e do peixe e sopas que estão no congelador.
Vais deitar-te stressada da vida. Tão stressada que adormeces em 5 minutos.
Acordas de manhã e descobres que o teu homem não só não conseguiu ligar pôrra de quadro nenhum, como ainda ressona ao teu lado.
Tentas acordá-lo (a medo, não esquecendo que isto é sempre algo perigoso de fazer, atendendo ao mau feitio matinal que lhe assiste) a falar novamente no peixe e nas sopas congeladas.
Ele acorda no seu melhor - NOT - e liga ao electricista maravilha que passa a manhã em nossa casa a tentar descobrir a causa do óbito do quadro de electricidade.
O quadro é ressuscitado (aleluia aleluia) e descobre-se a origem do curto-circuito.

Mas o melhor disto tudo foi o facto de as sopas e o peixe terem-se salvo. Um congelador, devidamente fechado, não descongela em 8 horas!
Amén.

é para rir ou para chorar?

Acto 1
Numa loja (que adoro) de fatos-de-banho, passo os olhos e as mãos por um lindo. Branquinho e justinho.
A senhora funcionária vem ter comigo e pergunta "Quer experimentar?".

Acto 2
Hoje, decido comprar um vestido. Peço o nº 38 (que eu sou daquelas grávidas armadas em boas que compram coisas para usar depois da gravidez, imagine-se, no mesmo nº que usava antes de engravidar, olha m´esta!). 
Diz a senhora a quem eu peço o vestido "É para si? Então se calhar é melhor experimentar o 42".

Adenda:
Acto 3 (esta é da primeira gravidez)
Entro numa loja, começo o meu périplo pela colecção. A senhora da loja vem ter comigo e diz "Também temos tamanhos grandes".

diálogos

Eu: Qual é a tua amiga preferida na escola?
Batata-frita-pequena: Tu, mãe! És a minha preferida.

Vou gravar isto, para um dia me sentir melhor quando me trocar por outras.

ontem à noite

Ele: "Mãe, quero leite".
Eu: "Acabaste de comer uma pratada de sopa. É melhor não beberes leite, senão depois fazes xixi nas cuecas".

Ele, olha para mim com um ar condescendente e diz "mas tu não me vestiste cuecas, só as calças do pijama".

35w

Olha! Sou eu!
(para os mais distraídos... a de cima, a quem o Super Mário está agarrado)

E pronto, é só isto que tenho a dizer em relação à semana 35.

sai um rabanete para a mesa do canto

Hoje, no carro, contava eu a batata-frita-pai: "Sabes, noutro dia tive de dar um raspanete ao (...) porque ele (...) e foi uma chatice".

Batata-frita-pequena: mãe, porque é que deste rabanetes ao senhor?

saber ou não saber

Há dias, numa loja, a senhora a quem eu estava a pagar perguntou-me se eu já sabia o que eu ía ter.
Primeiro lembrei-me destas respostas, depois sorri e disse "É uma menina. Já sei há muito tempo".
Então ela diz "Mas olhe, podia não querer saber. Eu quando estive grávida não quis saber o sexo do bebé".

Comoooooo?? Eu acho esta ideia muito romântica, tipo, no século XVIII.
Sei que ainda há muita gente que prefere a surpresa, mas... eu nunca na vida conseguiria aguentar tantos meses às escuras. Primeiro, porque sou uma cusca do pior. Segundo, porque para mim é importante saber o que nos espera, dar um nome, materializar o sonho. E terceiro, porque sendo uma menina, há toda uma imensidão de coisas que uma pessoa pode ir comprando. É um desperdício deixar para comprar depois!!!
Ai e não sei quê, antigamente ninguém sabia e não se morria por isso.
Pois, antigamente também não havia máquina de lavar a roupa, nem internet e não é por isso que hoje em dia andamos a lavar a roupa no tanque e a recusar computadores em casa.
Mais fixe ainda, hoje em dia há uma cena altamente que se chama ecografia morfológica em que se determina o sexo da criança.
Mas... nada contra quem prefere a surpresa, ok? Só não seria para mim. Eu não aguentaria!!

dia das mentiras

Adoro pregar tangas ocasionais ao meu homem. Sou uma artista, ele cai sempre.
Mas, no dia das mentiras ele adiantou-se e foi (excepcionalmente) mais brilhante do que eu.
Vínhamos cada um em seu carro, à noite, a conduzir à chuva em direcção a casa.
Nisto, liga-me ele (já estávamos mesmo a chegar a casa) "Opá, tive um furo, anda ter comigo".
Eu caí que nem uma patinha. E, atenção, eu percebo sempre quando o gajo me prega tangas.
Dei logo meia volta e voltei para trás, para o caminho que costumamos percorrer. Nisto, passa ele por mim com um sorriso maléfico (ainda a falar comigo ao telemóvel) e a dizer "Mentira de 1 de Abriiiiiiiil!!".
Fiquei lixada, claro, por acreditar e porque fiquei com o coração verdadeiramente a bombar.
No resto do caminho para casa pensei em como seria fácil dar o troco. Podia simplesmente aparecer na sala com um ar aterrorizado a dizer "A BEBÉ VAI NASCER!!!". Ou, melhor ainda (caneco, sou tão requintada), derramar água nas minhas calças de pijama e, para o deixar à beira de um ataque de nervos, dizer "REBENTARAM-ME AS ÁGUAS!! ESTOU COM CONTRACÇÕES!! LIGA AO MÉDICO!! TRAZ A MALA!! MEXE-TEEEEE!!!".
Estava tudo arquitectado.
Mas depois, quando chegámos a casa, vesti o pijama, fui ver o que tinha gravado e adormeci no sofá a ver a DD.
Pffffffff...

300 km/h

Ontem, feita ursa, andei de manga curta. Assim, como se nada fosse.
É que ando com os calores, para mim está sempre quente, eu sou um forno ambulante.
Mas o parvo do S. Pedro não se compadece com os meus afrontamentos e toma lá umas rajadazinhas de vento nórdico. Resultado: nariz a pingar e tosse. Noite dos infernos, quase em branco.
Hoje acordei com a minha cria a dar-me um beijinho e a aninhar-se comigo na cama. Ooooooh tão fofinho este meu filho, agora acorda sempre assim bem-disposto e vem ter comigo todo meiguinho e... são 9:30!!!!! Socorrooooo.
Parece que acordou, foi tratar da sua vida à casa-de-banho sozinho e tratou de ir ver televisão. A D. Amália deu-lhe o leite e assim ficou ali no sofá até às 9:30, quando decidiu ir ter comigo.
Pânico pânico pânico. Dei-lhe cereais a correr, vesti-me em meio minuto, vesti-o em outro meio minuto e vamos embooooooora.
Eu sei que a minha criança ainda não está na primária e que não existe um horário rígido, mas o acordar fora de horas põe-me nervosa, que fazer?
Agora é ir tratar da constipação-a-caminhar-para-gripe que é algo espetacular de ter quando se está grávida.
Ah, e não se fiem no sol. Nem no sonso do S. Pedro.
Fui.

itzbeen?

Ora, assim de repente, alguém conhece e tem uma coisa destas?
Eu não sou propriamente uma aficionada de gadgets, mas este pode ser interessante.

últimos cartuchos




Já não uso calças de ganga ou saias vai para um bom tempo.
Daqui para a frente, ou até a minha rapariga nascer, é só leggings.
Não há paciência para apertanços, tecidos que pouco esticam.
A minha bacia ganhou vida e alargou.
Mas há alguém que consiga usar os mesmos jeans do início ao fim da gravidez?
É tramada esta fase, em que se perde a paciência para a roupa, em que queimamos os últimos cartuchos e já só idealizamos cenas para vestir depois de desovar. Ai vida.
Há que tentar inverter as coisas e olhar para acessórios giros, pronto.
E usar túnicas compridas com os leggings. É uma fórmula repetidamente chata mas que funciona.