festa

Este fim-de-semana estive numa festa de miúdos. Muitos miúdos. Resmas. E alguns adultos (os pais, alguma família e amigos).
Tudo a correr bem até uma altura em que um miúdo resolveu atirar um qualquer objecto pesado à cara de outro miúdo. Eram os dois traquinas, tinham o mesmo tamanho e andavam a pegar-se há horas. Resultado: sobrolho aberto, ida ao hospital e alguns pontos.
Estavam sozinhos, eles e outras crianças numa divisão da casa, todos supostamente a brincar. A intenção dos donos da festa era que todos se divertissem. São pais atentos e responsáveis, mas não conseguiram evitar esta situação. Porque a festa dá, inevitavelmente, muito trabalho e distrai-nos a cada minuto. Havia muito a fazer da parte deles: tirar/pôr comida na mesa, receber convidados, gerir a confusão, etc.
Isto fez-me acordar para a vida e pensar nas implicações de um dia deixar o meu filho numa festa de um amigo. É óptimo para eles brincarem e conviverem, claro, mas não posso deixar de pensar que o pior sítio para se fazer uma festa de aniversário é na nossa própria casa. Por mais atentos que queiramos estar, há 10674 coisas a precisar da nossa atenção. Ou temos 35 empregados a dar conta da festa e uma educadora a vigiar as crianças ou então arriscamos a sorte.
Alguém uma vez me disse que uma festa de crianças com adultos não oferece segurança nenhuma. Porque os adultos distraem-se uns com os outros e inevitavelmente deixam de estar constantemente de olho nos miúdos.
Falo por mim que, embora tendo um miúdo de apenas 2 anos e 9 meses, deixei-o brincar não estando sempre em cima dele. De vez em quando espreitava-o, mas não estava sempre na mesma divisão que ele.
E quando acontece um azar? Um azar pode acontecer sempre, claro. Mas quando damos uma festa na nossa casa com crianças não implica só a diversão ou o trabalho. Implica a responsabilidade sobre os menores que não estão acompanhados dos pais. Creio que este caso num qualquer outro país dava pano para mangas.
A minha melhor solução para isto é e será sempre fazer uma festa pequena com poucas crianças ou optar por uma solução fora de casa. Uma festa fora de casa é sempre o ideal, porque chegando mais cedo e preparando tudo há muito mais disponibilidade da parte dos pais que organizam a festa. O grande problema desta solução é o preço de contratar um espaço e possivelmente o catering.
Honestamente às vezes pode compensar. Imaginando que na nossa casa algo se parte ou o sofá é manchado de vinho, ou a parede. O estado em que a casa fica e o tempo que ficamos a limpá-la. E, na pior das hipóteses, uma conta de hospital para pagar (isola isola...).
Isto é um pau de três bicos. Se antes eu dizia que nunca deixaria um filho sem mim numa festa com piscina, agora penso duas vezes em deixá-lo sozinho na casa de alguém.
Até lá ainda há tempo para pensar, mas quando o dia chegar estou feita.

8 comentários:

  1. É bem verdade! Mas também é verdade que podia até estar um adulto a olhar para eles naquele preciso momento e o acidente dar-se na mesma. São segundos, nem dá para reagir.
    Enquanto elas são pequenas (até ao 3.º aniversário) faço em casa, com família e amigos, mas sem grandes aparatos. A partir daí, e como já querem convidar os amigos, faço festa em parques temáticos, só para crianças e com a supervisão de monitores. Poupo a casa, poupo em stress e em preocupações deste tipo e até poupo em dinheiro porque é um engano que em casa fica mais barato, não fica mesmo! Em casa só mesmo cantar os parabéns com os mais chegados.

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    1. Decididamente, em casa não fica mais barato. Só para veres, neste caso, houve uma parede manchada de vinho (que foi lavada e não saiu), paredes com sangue (por causa do miúdo que ficou ferido) e uma casa suja e desarrumada.
      Eu tenho uma família grande com muitos, muitos miúdos, por isso nunca coloquei a hipótese de fazer as festas em casa. Tem sido sempre fora de casa. Por todas as razões que disseste.
      Naquela situação específica talvez pudesse ser evitado. Eles já andavam a pegar-se há horas e bastava separá-los ou mandá-los para a divisão onde estavam os adultos para aquilo ser evitado.

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  2. Isso não foi uma festa, foi um pesadelo!
    Coitados dos pais que tentaram, tenho a certeza, fazer pelo melhor!
    Eu fiz festas em casa, e festas fora de casa, enquanto o meu miúdo foi pequeno. Em casa, graças a Deus, nunca nada aconteceu. O único acidente que tivemos foi justamente numa festa fora de casa e num ambiente preparado para receber crianças; o antigo parque do Gil. Este espaço esteve aberto durante anos, a partir da Expo, e a única criança de que há memória que se tenha magoado foi a minha!
    Num parque todo forrado a esponjas e borrachas, o meu filho conseguiu dar uma cabeçada que abriu o cocuruto! Saída para o hospital e pontos foi no que deu!
    Em casa ou fora já se sabe que acontece o que tem de acontecer...

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    1. A festa foi gira :) Mas culminou neste acontecimento!
      Vocês tiveram um grande azar.
      Sim, pode acontecer sempre, mas a probabilidade pode diminuir se forem tomadas algumas precauções.

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  3. Lá está, o meu filho só vai a festas de anos onde eu também esteja (e, não quer dizer que não hajam acidentes, mas ao menos não podemos dizer que a culpa foi de outra pessoa que não tomou conta da criança!) e, à festa do Tomás só vêm crianças com os pais (mais uma vez, os acidentes acontecem mas, os pais estão lá e sabem o que está a acontecer em tempo real!) Ando a adiar o convidar os amigos da escola, exactamente por isso, porque nesse dia (em principio os pais não vêm), terei que pensar numa solução para minimizar riscos. Bjs

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    1. Irmos às festas de outros miúdos com as nossas crianças faz sentido para nós, mas quando somos nós a dar a festa, eu falo por mim, não ía querer os pais todos em minha casa. Ou por não os conhecer bem e não estar para fazer fretes ou por simplesmente não querer o meu espaço à pinha.

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    2. Sim, claro. Mas os pais que eu digo são os nossos amigos que também têm filhos. E as festas de crianças a que vou também são dos amigos. Da escola, só houve um convite e, como conhecia a família em causa, ficamos um bocadinho, por insistência desses mesmos pais. Mas, não creio que tão cedo vá convidar crianças sem adultos para a festa do Tomás, pelo que acabaste de dizer: acidentes acontecem e, cada um estúpido que acaba com a festa em 3 tempos. Bjs

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  4. Que medo!! Já outro dia li já não sei onde um post sobre aniversários e fiquei quase em pânico de receber um convite!!

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