férias

Depois da saga da havaiana do super-homem e desse belo início de férias, partimos alegres e esperançosos por uns dias catitas, na companhia da nossa batata-frita-pequena, há lá coisa melhor que férias em família.
Suspeito que o Alentejo já foi a minha casa algures noutra encarnação ou que um dia virá a ser. Largava tudo por aquele pão, pelas praias, pelo pôr-do-sol, pelas casinhas brancas, pela calma e por um belo bronzeado.
Adiante.
Descobrimos que a porcaria das havaianas são muito giras, mas estão sempre a cair dos pés da batata-frita-pequena. Não é a batata-frita-pequena que é um nabiças a andar não senhor. E o tamanho está supimpa. É o elástico que não prende bem no calcanhar. Então todos os dias se perdia uma havaiana e todos os dias andávamos a ver onde tinha ficado. No último dia desistimos e ficou algures na areia da praia de Odeceixe.
Adiante outra vez.
Não há nada que me agrade mais, de verdade, que ver batata-frita-pequena de fralda ao léu, pé descalço e olhos verdes a brilhar, todo contente no Alentejo. Mas à noite minha gente. À noite... À noite dava cabo de nós. Ou foi a excitação daquele pequeno ser, ou foi do colchão, eu sei lá. Foi ali qualquer coisa que nos escapou. Foram noites do camandro, com batata-frita-pequena sempre a choramingar. Então batata-frita-pai toca de trazer a criatura para a nossa cama. Isto nunca é boa solução. Então porquê? Porque tem um sentido inverso na batata-frita-pequena. Não dorme. Fica maluco, danado para a brincadeira, a ensaiar cambalhotas para o circo, de preferência para cima da mãe. Sim, agora estamos na fase da mãe. Mas é a semana da batata-frita-pai (um dia explico o que é isto da semana), que achou por bem fazer assim, pois se não pode rifar batata-frita-pequena para a mãe, então fica ali encaixadito entre a entidade parental.
Durante o dia foi a alegria. Batata-frita-pequena nasceu para a praia. É brincar na areia, é correr, é atirar-se à água sem medos. Batata-frita-mãe vibra com isto, que orgulho a minha cria tão desenvolta, tão morenita.
Então quando já lhe estávamos a tomar o gosto, eu secretamente a imaginar-me de espiga no canto da boca e a comer pão alentejano todos os dias, toma lá para aprenderes, toca de vir para cima que agora é assim, a malta já não pode ficar de férias muito tempo. Ser chefe é uma coisa muito bonita, mas dá um trabalho do caneco.
Ai, férias.


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